É fato que a Internet a cada dia tem se apresentado como recurso prático e valioso no acesso às informações sobre saúde no geral, assim como conteúdos de autocuidado e interação entre profissionais e pacientes. O ponto principal desse crescimento se dá graças à necessidade de tornar a sociedade cada vez mais conectada à rede de informação, perspectiva que deu origem aos primeiros sites de saúde voltados à população leiga.
Porém, vale ressaltar que nos últimos anos, justamente pelos fatores tecnológicos supracitados, tecnologias emergentes e algoritmos para troca de dados deram vazão para a proliferação de novos portais especializados em diagnósticos que se baseiam em uma descrição de sintomas que próprio usuário faz. Essa atitude reflete um comportamento em comum entre os usuários: o imediatismo, fator que cresce cada vez mais pela necessidade de obter informações de forma rápida, após a chegada da Era da Internet.
Além disso, muitos médicos relatam em fóruns online uma mudança no perfil dos pacientes que chegam até em seus consultórios, em sua maioria, chegam através de pesquisas sobre saúde na Internet, o que confirma que as pesquisas sobre profissionais de saúde no Google crescem a cada dia. Junto com o crescimento dos números sobre saúde na internet, há também o aumento de brasileiros realizando “autodiagnóstico” e, como consequência, a automedicação. O número de internautas realizando autodiagnóstico aumentou de 40% em 2016 para 40,9% em 2018. Em 2018, 79% dos brasileiros admitiram fazer uso de medicamentos sem prescrição médica.
Dessa maneira, são relevantes os dados do Google que afirmam que uma em cada vinte pesquisas realizadas no mecanismo de busca está relacionada à saúde. Procurar os sintomas online é, de fato, mais confortável do que enfrentar filas no hospital ou marcar horário em um consultório médico. Além disso, é de graça. Mas, se contrapondo a esse comodismo e impressão de facilidade e praticidade, os riscos de tais práticas são evidenciados no histórico de complicações que os usuários obtiveram após o autodiagnóstico.
Segundo um estudo feito pela Universidade de Waterloo, no Canadá, pesquisar condições de saúde na internet pode fazer o indivíduo sentir-se pior e o deixar ainda menos informados. Em entrevista ao jornal Estadão, uma jovem de 22 anos relatou que teve que ser socorrida após ter uma crise forte de ansiedade depois de ter consultado alguns sintomas que estava sentindo em um site de avaliação de saúde que geram diagnósticos e ter recebido um resultado devastador que ia muito além do real problema de saúde que ela estava enfrentando.
Com isso, torna-se evidente que a busca por sintomas na internet é tão recorrente que já ganhou até uma palavra para defini-la: “cyberchondriac” (cibercondríaco, em português). O termo é definido pelo Dicionário de Oxford como “uma pessoa que busca compulsivamente na internet informações sobre determinados sintomas reais ou imaginários da doença”. Portanto, vale ressaltar que tudo em demasia é prejudicial, então, a busca por conteúdos relacionados à saúde só passa a ser prejudicial quando essa ação substitui o papel do médico para o individuo.
A boa notícia é que o Google já está buscando soluções para esse problema, sendo uma delas o uso de um mecanismo que aparece no topo da página de busca quando se pergunta ao Google sobre condições de saúde. Eles concentram informações médicas relevantes, como sintomas, tratamentos típicos e outros detalhes. Para certas doenças, há ilustrações e imagens. O diferencial, no entanto, é que todas as informações são fornecidas por médicos licenciados parceiros da empresa. Os dados são, portanto, confiáveis. Assim, tal problemática, aos poucos, será combatida.
Postagem escrita pela Webmaster do Capítulo Sarah Borba.