Um transtorno mental pode ser definido como uma síndrome caracterizada por uma perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes. E como estamos iniciamos o mês de setembro, no qual é realizada a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, sendo o dia 10 deste mês o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a RAS decidiu trazer um pouco mais desse assunto importantíssimo e como a robótica educacional pode ser utilizada para prevenir esses transtornos.
Essa campanha, conhecida como “Setembro Amarelo”, foi criada no Brasil em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Essa é uma campanha de extrema importância, uma vez que o suicídio é um problema grave de saúde pública e que, muitas vezes, pode ser evitado. As causas do suicídio são variadas e, segundo o CVV, os especialistas identificam transtornos mentais na maior partes das pessoas que se suicidam ou que tentam fazê-lo. E como citado anteriormente, campos humanos como cognição, regulação emocional e comportamento social de um indivíduo são os mais afetados, principalmente entre os jovens. Felizmente, com a chegada da Revolução 4.0, alguns métodos podem utilizados para estimular tanto as pessoas que possuam algum transtorno quanto as que não, e dentre eles temos a robótica educacional.
A robótica educacional pode ser entendida como um ambiente de aprendizagem que se destaca por mostrar, na prática, conceitos teóricos e desenvolver aspectos cognitivos e psicomotores dos alunos como pensamento investigativo, raciocínio lógico, criatividade, desenvolvimento de método científico, aperfeiçoamento motor, entre outros. Os alunos podem usar kits de robótica para a construção de dispositivos robóticos, que são usados no contexto educacional. E permite ao professor demonstrar na prática muitos dos conceitos teóricos abordados em aulas regulares, as vezes de difícil compreensão por ser muito abstrato, motivando o aluno, que a todo momento é desafiado a observar, a abstrair e inventar com o intuito de solucionar um problema proposto. Além dessas competências abordadas a robótica educacional estimula o trabalho colaborativo, o desenvolvimento de habilidades e de relacionamento interpessoal, colaborando para estimular alguns campos afetados por esses transtornos.
Um bom exemplo de como a robótica pode ser implementada para ajudar a lidar com transtornos mentais é o caso publicado pelo G1 do professor Edson Luiz, que dá aulas na rede pública da periferia de São Paulo, a fim de incluir crianças com autismo na escola. O interesse do professor pela robótica surgiu em 2017, quando ele descobriu que sua escola receberia da Secretaria Municipal de Educação um kit de iniciação para aulas de programação com a plataforma Arduino, dispositivo mais acessível para estudantes por ser barato, funcional e fácil de programar. Outro exemplo da importância da robótica, agora numa faixa etária mais geral, é a Nuka, um robô com forma de bebê foca. Mundialmente conhecida como PARO (Personal Assistant Robot), Nuka é uma ferramenta terapêutica baseada na ideia da evolução da terapia animal. Amplamente utilizada no tratamento de pessoas com depressão, demência, Alzheimer, dentre outros transtornos mentais.
Portanto, fica claro que a robótica pode ser e já é utilizada para ajudar a tratar diversos transtornos mentais. E, independente do local onde ela é aplicada, seja em escolas nas grades curriculares, seja em tratamentos terapêuticos, fica clara sua eficácia.
Postagem escrita pelo voluntário do Capítulo Gabriel Lacerda.