Apesar de bastante pequenos hoje em dia, os transistores nem sempre foram como os conhecemos. De aparência mais rústica no passado, os transistores evoluíram para se tornar uma das peças mais importantes na revolução de toda a robótica que conhecemos. Conciliada com os circuitos lógicos e a linguagem de máquina, quase tudo que conhecemos como tecnologia, desde calculadoras básicas até computadores complexos, foi fruto dessa descoberta.
Dentro do contexto que envolve os primeiros computadores do mundo, eram produzidas grandes máquinas que ocupavam espaços colossais e consumiam gigantescas quantidades de energia. Elas eram construídas a partir de válvulas termiônicas, que eram peças de custo elevado e que superaqueciam e se danificavam com muita facilidade. Então, por volta de 1947, foram criados os transistores de silício e germânio (materiais semicondutores) por autoria dos físicos estadunidenses John Bardeen, Walter House Brittain e William Shockley. Esses componentes novos apresentavam um custo relativamente menor e uma eficiência consideravelmente maior, ocasionando, por fim, na substituição das problemáticas válvulas termiônicas nos computadores futuramente desenvolvidos.
Em questão de funcionamento, os transistores apresentam basicamente dois modos. Eles podem operar como amplificadores, ampliando um sinal muito pequeno, como o sinal de áudio de um microfone por exemplo, ou como chaves, que é a parte mais interessante disso tudo. No contexto de chaves, a saída do componente transita entre valores de desativado (baixa tensão) e de ativado (alta tensão), correspondentes aos binários 0 e 1. Dessa maneira, por meio do que conhecemos atualmente como linguagem de máquina, foi possível manipular códigos binários e controlar essas máquinas, o que ofereceu as condições favoráveis ao mundo contemporâneo de evoluir.
Inclusive, é válido ressaltar que grande parte dessa evolução se deu por meio da diminuição do tamanho físico dos transistores. Afinal, uma máquina de calcular que anteriormente ocupava o subsolo inteiro de um edifício passou a ser um objeto que cabe na palma da mão. E esse fenômeno foi descrito por meio da Lei de Moore. Em 1965, Gordon Earle Moore, presidente de Intel na época, disse que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria num intervalo de 18 meses, mantendo sempre o mesmo custo de fabricação. Isso não foi tomado como uma Lei de fato, mas serviu como meta para diversas empresas a fim de manter o alto padrão de inovação que havia sendo obtido. E isso impulsionou bastante toda a produção tecnológica que usufruímos no momento.
Ainda assim, foi observado que a Lei Moore era datada e não poderia valer para sempre. No presente momento, inclusive, já são enfrentadas algumas barreiras no avanço dos estudos de transistores. Presentes em diversos processadores e equipamentos de ponta, os transistores mais avançados já se encontram na escala nanométrica. Sua produção e manipulação já estão em tamanhos tão pequenos que a física clássica já não é capaz de explicar sozinha o seu funcionamento. Dessa forma, a complexidade desse componente revolucionário aumenta e as perguntas sobre o que ainda não conhecemos também. E o que se torna inegável é toda a influência e a evolução que foram promovidas por essa invenção que rendeu, em 1948, o prêmio Nobel de Física aos seus criadores.
Postagem escrita pelo webmaster do Capítulo Matheus Cardoso.